Aqui vai a opinião de um colega meu sobre o tema memorizar ou compreender:
O estudante universitário, como alguém que deseja ir mais além na aprendizagem, tem que, conscientemente, se comprometer a um nível de empenhamento superior. É minha opinião que, em geral, o aluno (português) recém-chegado à universidade enfrenta grandes dificuldades de adaptação, resultado em casos limites da péssima preparação e da excessiva exigência de que é alvo. Mas mudar esta situação implicaria mudar toda uma cultura o que estará perto do impossível a curto prazo e será de muito dificil realização a médio e longo prazo. Logo resta tentar criar um modelo de aprendizagem que permita suavizar a transferência.Em termos de memorização e compreensão, diria que é bem mais elevada a percentagem de alunos que procuram a memorização que a de alunos que procuram balancear as duas. Daqui resultam conflitos entre as exigências dos professores e as expectativas dos estudantes. Uma exigência gradual será sem dúvida a melhor opção, preparando o aluno e simultaneamente mantendo as metas pretendidas.Faço o exercício de me colocar no lugar do professor. É óbvio que se quero ser capaz de transmitir os conteúdos, necessito encontrar um modelo que funcione e que permita retirar o máximo dos alunos, mas sem exageros. Um modelo que no fim garanta que a informação ficou retida. Essa será a forma correcta de abordar o problema e acredito que é isso que se está a tentar impôr na disciplina de Arquitectura. No fundo têm havido bastante diálogo, tem havido bastante disponibilidade para compatibilizar, têm havido esforços na tentativa de melhorar o estudo individual e de estimular as capacidades de raciocínio e investigação. De certeza vai ser possível tirar boas conclusões desta experiência para o futuro, mas que não haja ilusões, no fim, o esforço vai ser maior que no passado e o seu valor quantitativo vai equivaler ao mesmo. No fim...ganhamos conhecimento.
Manuel Mendes
Não sejam timidos, poder opinar a vontade. Aqui a nossa opinião é que conta.
Pois... Uma das coisas que mais notei quando cheguei à Universidade é que é exigida uma capacidade de memorização muitíssimo maior! Exigência a mais na Universidade? Exigência a menos no ensino básico e secundário? Não sei... O que sei é que a minha irmã, que anda no 10º ano, tem que saber ainda menos conceitos dos que eu tive que aprender. E está-se mesmo a ver que vai dar asneira! Quando aqueles meninos chegarem à Universidade vão ter ainda mais dificuldades!
ResponderEliminarDepois há coisas mesmo estúpidas que nos são exigidas, como numa cadeira que eu tenho, em que tenho que decorar dezenas fórmulas!!! E ainda se fossem fórmulas básicas... Mas não! Muitas não têm interesse absolutamnete nenhum e de certeza que uma semana depois do exame, já ninguém as sabe! Para que é que servem os livros? Para que é que serve a Tabela Periódica?
Quanto à parte do compreender... Acho que já disse isto, mas repito outra vez. Compreender é absolutamente necessário, porque senão é quase impossível memorizar. Ora tentem memorizar um poema grande em chinês e o mesmo poema em português a ver qual é que decoram primeiro!!!
ola! Bem eu concordo plenamente com o Luis. E um bocado "estupido" sermos forçados a decorar uma pilha de matéria que na verdade não tem muita utilidade. Isso levanta outra questão: será que o é ensinado nos cursos é util? quantas vezes nos deparamos com cadeiras que não têm nada a ver com o nosso curso!? é nesta altura que eu concordo bastante com o processo de bOlonha!
ResponderEliminar“Memorização ou compreensão?”
ResponderEliminarCada um de nós prefere a compreensão de tudo – acho mesmo que a idade dos porquês não existe, ou melhor, são todas as idades. Nenhum de nós quer fazer o que quer que seja só porque sim, só porque nos mandam. Temos a necessidade inata de compreender o que nos rodeia, seja à escala global, seja nas pequenas coisas do nosso quotidiano. Assim, também quando estamos na escola, quando estudamos uma matéria que nos seja motivante, tentamos ficar mais esclarecidos sobre o assunto. Se possível, levantamos o dedo no ar e questionamos ali mesmo o professor, sobre o “Porquê” e o “Como” de determinado ponto. Outras vezes, é em casa que pesquisamos um pouco mais… e lá vem a resposta à nossa questão. Mas, e quando o professor não motiva para esta necessidade de saber mais? Ou então, quando realmente o que aprendemos na faculdade não tem relevância nenhuma para a nossa formação, e sentimos que esse tempo que gastamos com “insignificâncias” poderia ser utilizado pela própria instituição para tratar de temas mais úteis para todos?
Relativamente a esta ultima questão, fico indignada por sentir que alguns conteúdos programáticos existem simplesmente por tradição, o que demonstra uma falta de preocupação e uma indiferença imensas para com os alunos, no mínimo revoltantes. Como hei-de ter vontade de estudar? Sei que as coisas não deviam funcionar assim, que deveria ser mais forte e ultrapassar estas dificuldades de cabeça erguida, mas a força também entra em fadiga e o desânimo nem sempre sai perdedor!!!
Mas, voltando à questão inicial. Passamos um semestre com aulas diárias, com uma carga horária quase sempre pesada; em casa, para além de tudo o resto, deveríamos disponibilizar o dobro das horas lectivas a estudar para que os conhecimentos leccionados possam ser adquiridos efectivamente, ou seja, para que possam ser compreendidos. Mas a verdade é que não temos este tempo para nos dedicarmos ao estudo, até porque a nossa formação não é só formal e também porque o nosso dia só tem 24h. Ainda ninguém se lembrou de inventar um dia com mais horas! O resultado é a memorização, isto porque não temos tempo para compreender e porque, na verdade, é isso que sinto me ser exigido – é isso que a avaliação testa, a minha capacidade de memorização, não a minha compreensão.
Será que os nossos professores ainda não perceberam que quantidade não é sinónimo de qualidade!